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Apresentação

 

A Botica do Real Convento de Thomar

 

 

A exposição A Botica do Real Convento de Thomar enquadra-se na estratégia delineada para a programação cultural do Convento de Cristo, prosseguindo o projeto de expor em contexto (iniciado com a louça conventual no Refeitório dos Frades), e trazendo para o domínio público o esplêndido conjunto de potes e vasos de faiança azul e branca da sua Botica, que há largos anos permanecia em reserva.

Convocando o público para a descoberta do mundo secreto das boticas e revelando o papel que esta Botica desempenhou na complexa organização da vida conventual, constrói-se, através dos contributos de especialistas de diversas áreas, uma visão alargada e pluridisciplinar do universo da cura, caracterizando-se esta casa monástica, a sua Botica e Enfermaria nos séculos XVII-XVIII.

Assim, juntaram-se santos, rezas e amuletos, ex-votos, potes e vasos, vidros e almofarizes, seringas, armários, estantes, balcões e tetos profusamente decorados, expondo-os num ambiente algo ascético, misterioso e esplenderoso. A evocação dos Gabinetes de Curiosidades é acentuada pela presença, por entre tratados médicos, remédios e produtos secretos, de animais exóticos e plantas de territórios longínquos.

O conjunto reunido contribui para adensar, no espaço expositivo, uma atmosfera de farmácia conventual dos séculos XVII e XVIII, paulatinamente influenciada pela laicidade e por um exuberante gosto cenográfico barroco, numa indelével aliança entre o místico e o sagrado com os primórdios da Ciência. Na longa caminhada ancestral do Homem pela eterna demanda da cura dos males do corpo, e do espírito, são herdeiros, hoje, a avançada pesquisa farmacêutica e, também, a tradição rural e naturalista das terapias tradicionais.

A viagem que se propõe ao espaço da Grande Enfermaria e Botica Nova, nas alas Filipina e Joanina, áreas ainda encerradas ao público, convida a uma reflexão sobre a funcionalidade e sustentabilidade do conjunto monástico, nas construções e transformações que se lhe foram associando: a modificação e ampliação do torreão da fortaleza templária num esplendoroso salão - Sala da Bela Vista - ou o monumental aqueduto que alterou, em definitivo, a fisionomia arquitetónica do edifício, conferindo-lhe a imponência física e visual que um Convento e Casa Real devem apresentar.

A ligação à envolvente próxima, por entre jardins, pomar, horta e mata da cerca conventual, assimilados na acolhedora paisagem da região de Tomar, profundamente marcada pelo sistema organizacional de aforro e colonização da Ordem de Cristo, ficam também integrados no circuito de visita. Uma Natureza omnipresente reconfigurada, também, por intermédio da Botânica, em remédios à disposição daqueles que habitavam o Convento e da população da região a quem aqueles assistiam.

Fruto de uma inédita parceria com o Museu da Farmácia, Palácio Nacional de Mafra, Museu Nacional do Azulejo e Instituto Politécnico de Tomar, e contando com várias colaborações científicas e técnicas, esta exposição contribui inequivocamente para aprofundar a reflexão sobre este espaço e este Monumento, requalificando o percurso de visita.

O convite está feito.  Com esta exposição temos, assim, o grato prazer de vos dar mais um motivo para nos visitar e redescobrir este extraordinário complexo monumental, castelo templário e convento da Ordem de Cristo inscrito na Lista do Património do Património Mundial da UNESCO desde 1983.

 

 

Convento de Cristo / Igreja do Castelo Templário
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